sexta-feira, 1 de julho de 2011

A saga dos Fromkers

Capítulo II - Os trabalhos forçados
                Todos os dias, bem cedo, Botraks falava aos escravos. No seu púlpito de pedra, alcançado por um pequeno carreiro em semicírculo por entre rochas e árvores vastas, conseguia enxergar todos os seus súbditos e eles não demoravam a olhá-lo com tamanha veneração que mais parecia um deus na terra. Os rituais que se seguiam eram estranhos. A contemplação, depois de um pequeno sinal de Botraks, deixava de ser na direcção deste mas para o alto, numa direcção ao céu, ao sol, a alguma árvore em particular… eram tudo questões que faziam muita confusão no recém-chegado Marohke.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

A saga dos Fromkers

Capítulo I - A viagem
     A noite trazia consigo alguma preocupação para o viajante Marohke. A mochila e a vara eram os únicos utensílios que o acompanhavam. Os membros enfraquecidos pela fome quase o obrigavam a parar, ainda que a tentação em continuar fosse colocada em questão vezes sem conta. Todos conheciam a lenda dos Fromkers. Nunca ninguém tinha sobrevivido aos ataques invisíveis, por isso poucos se arriscavam a permanecer mais do que o tempo que o caminho obrigava, principalmente se a viagem fosse à noite.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

A Assembleia da Bicharada

Texto: Pedro Miguel Sousa       
Ilustração: Cátia Moreira

   Na selva, todos sabiam quem era o rei. Nunca ninguém ousou questionar as ordens que eram estabelecidas, porque o Rei Leão procurava sempre o melhor conforto para todos os habitantes do seu reino.
   Um dia, um grupo de animais da selva, dominados pela inveja, insatisfeitos por não ter mais do que os outros, porque o Rei Leão distribuía tudo de forma igual, resolveu juntar-se para derrubar o Leão do trono. Para isso, prometiam que depois distribuiriam os bens por todos eles.
     A Minhoca, a Lontra e o Escaravelho resolveram iniciar a investida para destronar o Leão e começaram a difamar as posições assumidas pelo líder actual. Nunca assumiam, publicamente, que o faziam, mas já todos desconfiavam que alguma coisa estranha se estava a passar.

domingo, 19 de dezembro de 2010

É Natal, é Natal…

Texto: Pedro Miguel Sousa 

Ilustração: Isa Simas 

Naquele ano, a noite de Natal estava muito diferente do habitual. As pessoas tolhidas do frio mal se cumprimentavam e o vento assobiava como nunca. Na janela do quarto, enquanto esperava que a mãe terminasse de preparar o jantar e o resto da família chegasse, o Ruca contemplava a indiferença que se sentia entre as pessoas que se cruzavam na esquina da sua casa.
Depois de observar várias vezes a reacção gélida, Ruca decide enviar um sms para os amigos. Na sua mensagem estava apenas escrito: «Natal, dia de festa!», mas fora o essencial, porque em menos de cinco minutos, a campainha da sua porta tocou mais do que vinte vezes e as palavras do Ruca, para a mãe ocupadíssima, repetiam-se: ‘Eu vou lá mãe, é para mim!»

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

A Aranha

Texto: Pedro Miguel Sousa                         Imagem: Clipart

Naqueles dias, apareceu na Aldeia uma Aranha simpática. Os habitantes, encantados com tamanha delicadeza e atenção, abriam as portas com cortesia de hospedagem a este novo habitante, na aldeia da selva, e associavam-se facilmente à ideia de tornar este lugar um reino perfeito.
Depois de ter conquistado um número considerável de membros, a Aranha resolveu convidar outros insectos e animais que estivessem próximos do poder superior, com o objectivo de tornar ainda maior o poder da Aldeia da Selva. Unir todos do mesmo lado seria a melhor forma de conquistar a harmonia.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Salvador e a Menina mais bonita da escola

Texto: Pedro Sousa   
Ilustração: Fernando Lardosa

                Naquele final de tarde, depois de um dia de muito calor, Salvador decidiu experimentar as águas cristalinas do lago que via todos os dias no caminho para a escola e que tinha uma ilha bem lá no meio. Do outro lado, sem que ele se apercebesse, estava a Menina mais bonita da escola. A Menina que todos os rapazes queriam ter como amiga e às vezes até faziam disparates para que ela os considerasse mais fortes, pensavam eles.
                Depois de encostar a sua bicicleta, colocar a roupa no guiador e a mochila no chão, Salvador resolve mergulhar para o lago. Durante alguns minutos, parecia que o mundo era todo seu. Não havia nada que o incomodasse. Até os patos e gansos, que lhe acompanhavam as braçadas, faziam com que a sua alegria aumentasse, porque se sentia num mundo mágico.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

A Quinta das Cores

I Quadro

            Na aldeia havia uma Quinta muito grande e repleta de flores e objectos coloridos. Parecia mesmo uma Quinta dos contos de fadas. Um dia, uma Menina, que passava lá todos os dias, resolveu espreitar para admirar aquela paisagem que a faziam soltar pulos de alegria no caminho para a Escola.
            No momento em que resolve subir a uma árvore para ver melhor, depara-se com outros meninos lá dependurados:
Menina: Olá!
Menino 1: Olá!
Menina: Quem são vocês?